26 de fev. de 2011

O emprego novo


Semana passada falei aqui no blog sobre a mudança, suas expectativas, medos, angústias, enfim, tudo que uma mudança provoca na gente. Passado uma semana no emprego novo, venho falar um pouco sobre isto.

Toda mudança tem um certo medo, como expliquei na semana passada, também tem expectativas, angústias, todas vividas pelas pessoas em um momento como este, de mudança na vida de nós. Mas, no meu caso, estas angústias foram acentuados por motivos que não venham ao caso.

Tomei posse no Banco na segunda, claro que fiquei meio triste, mas decidi não decepcionar as pessoas que gostam de mim e não me decepcionar e ir em frente, já que é um bom  emprego (isto eu tinha consciência). O Banco tem muitas oportunidades de crescimento dentro da empresa, se eu vou gostar de trabalhar no banco só o futuro dirá.

Mas o que me surpreendeu, foi um dos meus principais medos de entrar no Banco, o de como as pessoas me tratariam. Claro que nesta semana, eu estive em treinamento e ainda não estou com os meus futuros colegas de trabalho, mas já deu uma idéia do tratamento que a empresa procura. Todos me trataram com igualdade, como um especial deve ser tratado, com muita cordialidade e respeito. Colegas, professora, enfim todos, claro que nem todos no Banco serão assim, mas se for o máximo de pessoas, já me darei por satisfeito.

Foi uma boa semana sem dúvidas, de muito aprendizado para mim e para todos que estão no treinamento.


21 de fev. de 2011

Homenagem ao Leo (por Alex Gabriel)


O Alex escreveu este texto, mas acho que é uma homenagem de todos do NAI (Núcleo de Apoio à Inclusão), lugar que tanto adoro e que me ensina várias coisas.

Durante a minha especialização eu tive a bela oportunidade de ser aluno do sempre bem-humorado arquiteto Mário Hermes Stanziona Viggiano. Não duvido que esse, com todo o seu alto astral, humor, desenvoltura e fino sarcasmo fosse digno de um texto em sua homenagem. Claro que é. O meu objetivo aqui, todavia, não é homenagear o Prof. Viggiano, mas, sim, o nosso amigo Leonardo Martins, jornalista, cruzeirense, blogueiro e super gente fina que o NAI teve o prazer de ter, por aproximadamente um ano, em seu quadro de funcionários. Bom, mas onde o mencionado professor entra nessa história? Ocorre que, na ocasião de uma conversa, Léo e eu damo-nos conta de havermos sido alunos de um professor em comum, isto é, do Prof. Mário Viggiano. Léo havia sido aluno dele durante o seu curso de graduação e eu acabara de ter uma disciplina ministrada pelo mesmo em meu curso de especialização. Na ocasião, eu disse que comentaria com o professor sobre a minha relação com Léo, ao que o meu nada presunçoso amigo disse: “Garanto a você que ele terá somente coisas boas a dizer a meu respeito”. Foi “dito e certo”, como diz minha mãe.

Ao comentar com o Prof. Viggiano sobre a minha amizade e relação profissional com o Léo, esse, imediatamente, disse lembrar-se, sim, do rapaz, dizendo-me haver sido ele um grande aluno e relatando-me uma situação em que Léo surpreendeu a todos com uma notícia relacionada ao esporte (não me recordo das minúcias) que não era, ainda, do conhecimento do grande público. E, de forma emocionada, Viggiano contou-me sobre a cerimônia de formatura do Léo, ocasião na qual ele foi um dos professores homenageados, tendo a oportunidade de ver o Léo ali, vencendo uma etapa, servindo de exemplo de superação para todos, recompondo-se rapidamente de uma queda e indo apanhar o seu canudo com aquele sorrisão novamente estampado no rosto.

Sim... Exemplo de superação...

Conviver com o Léo foi mais uma das oportunidades de amadurecimento que o NAI me proporcionou. Eu, a despeito de ter também uma deficiência e não raro ser vítima da resistência de alguns, temia aproximar-me do Léo. Como abordá-lo? Podia estender-lhe a mão para um cumprimento? Abraçá-lo requeria algum movimento específico? Enfim, bobagens infindáveis e constrangedoras ocasionadas por uma profunda ignorância acerca da paralisia cerebral e da deficiência de modo geral. E foi graças às solicitações da Prof.ª Nivânia, que urgiam uma parceria entre Léo e eu a despeito de atuarmos em turnos distintos, que fui “aprendendo” o Leonardo Martins, cuja convivência não exigia nenhuma regra. Ou, talvez, exigisse uma: agir naturalmente e com respeito, tal como se deve agir com qualquer adulto, qualquer profissional, qualquer colega de trabalho.

E inclusão talvez seja mais ou menos isso, minha gente. A gente entra no embalo e vai aprendendo na convivência, derrubando os mitos sobre o outro, criando parcerias e adquirindo aprendizado para a vida toda. Foi assim que fui descobrindo que Léo, muito além da sua locomoção e fala peculiares, era jornalista, fera na informática, apreciador de esportes e moderador de dois blogs, o Esporte é Vida e o (D)eficiência, esse último criado mais recentemente. Comum, diferente, extrovertido, mal humorado, companheiro, indiferente, legal, aborrecido. Enfim, se queremos atribuir ao Léo a qualidade de “especial”, que seja pelo maravilhoso fato de ele ser igual a todo mundo tendo as suas especificidades.

Eu, particularmente, abomino aquele discursinho clichê sobre o “deficiente que precisa se superar”, e desejo, sinceramente, que a presente homenagem passe longe disso. Trata-se de um discurso ainda em voga, embora equivocado, que passa a ideia da deficiência como algo negativo que careça de compensações. Ora! A deficiência não carece de compensações, e enfrentar os obstáculos é desafio de todos, com ou sem deficiência. Todos nós, uma vez lançados nesse mundo, temos por obrigação a luta pela felicidade de todos os viventes, e isso inclui a nossa própria felicidade. Portanto, a urgência de constante superação não é privilégio apenas de quem tem deficiência, mas de todos nós. Enaltecer a pessoa com deficiência devido a sua participação ativa na luta pela emancipação própria é como que negar que essa participação seja um dever. Portanto, se Léo é agora homenageado, não o é por haver se instruído ou por ser um trabalhador “apesar da deficiência”, mas por ser um sujeito analítico, que reflete sobre as próprias limitações e potencialidades de modo a medir as possibilidades. Se Léo é especial, ele o é pela sua participação ativa na própria vida. Vida essa da qual a deficiência faz parte, sim, mas ao lado de inúmeros outros elementos que não são nem menores nem maiores que a deficiência.

De minha parte, posso dizer-me gratificado e quase crédulo na humanidade quando leio no Orkut do Léo os afáveis comentários que ele faz sobre o apoio dos seus pais; quando vejo o Léo dizendo-se uma espécie de “cadeirante que anda”, descendo escadas e caminhando da PUC até a estação do metrô, mas também solicitando uma mãozinha quando julga necessário. É assim mesmo, gente... A gente vai até o nosso limite e, a partir daí, a gente pede uma forcinha. Seres humanos estão aí é para isso mesmo. É uma relação de troca, e não há absolutamente nada errado nisso. Pelo contrário, é uma das maravilhas da criação divina e da inteligência humana... e a força, bem como a humildade, fazem parte da inteligência humana...

Portanto, o Léo é, sim, exemplo a ser seguido. Não por ser modelo de “deficiente”, mas pela relação que estabelece com as próprias angústias, limitações, vitórias, méritos, conquistas, amores e dissabores, pois é, durante todo o tempo, uma relação reflexiva e madura.

Ô, Léo, desejo-lhe sorte nessa nova etapa de sua vida. Mudar tem seu lado triste, mas também é bom demais, meu amigo, pois nos oferece a possibilidade de amadurecer ainda mais, de rever conceitos e conhecer mais a fundo o ser humano, em suas mazelas e virtudes, em suas quedas e atitudes, em suas indiferenças e solicitudes. Vai fundo. E olha... você se lembra de uma vez em que me disse que aquele meio-fio lá do quarteirão do Epa era o seu calcanhar-de-aquiles? Pois é... piores que aquele virão, viu? Mas, quando isso acontecer, o procedimento é simples: vá até o seu limite para continuar. Se de nada adiantar..., peça uma mãozinha.

19 de fev. de 2011

A hora da mudança


A hora de mudar é uma hora que nos deixa um pouco embaraçado e, poucas vezes, nos deixa extremamente felizes. Depende da mudança que vamos fazer. Há mudanças ótimas que temos prazer em mudar, como mudar coisas que nos fazem mal, mas há também outras mudanças, como mudar de emprego “oficialmente” um emprego que nos deixa extremamente felizes, mudar a rotina já acostumada, mudar de colégio e entre outras coisas, que nos deixa confuso e, até tristes.

Mudanças devem ser encaradas como desafios, mas como qualquer desafio, requer muita cabeça da gente e é claro contar com o apoio das pessoas que a gente gosta e que gostam da gente, amigos, família e conhecidos nossos. Tudo nessa vida é mudança, mudam os governos, mudam os técnicos de futebol, as estações, os anos, enfim, uma mudança constante.

Isso vale para quem tem medo de mudanças, como eu tenho e estou passando por uma nesse exato momento, segunda-feira tomo posse num emprego que nem sonhava em conseguir e nem era meu objetivo de vida, no Banco do Brasil, um novo desafio para minha vida que eu quero superar e vou superar. Claro que o fato de continuar nos projetos lá do NAI, meu, agora, trabalho voluntário apaixonante, e outras coisas que tão surgindo agora, estão me dando motivação para seguir em frente para superar este desafio.

Mudar não é fácil, mas sempre é para nos melhorar como pessoa, podem ter certeza disto..

16 de fev. de 2011

A tecnologia que ajuda especiais

Você sabe o que é tecnologia assistiva? Provavelmente não, mas é uma coisa muito interessante e que, pode ter certeza, ajuda milhões de Especiais (como defino os deficientes em meu blog). A Tecnologia Assistiva é nada mais que objetos ou programas de computador que auxiliam aos especiais terem uma vida melhor e mais facilitada, sem a dependência de outras pessoas.

No caso, a tecnologia assistiva atua tanto entre os deficientes físicos, quanto os deficientes auditivos e tanto os visuais. Enfim, atua com os principais tipos de deficiência ocorridas no mundo, inclusive, a deficiência mental.

No caso da deficiência física, muitos devem desconhecer que a Cadeira de Rodas, objeto de tanta valia no meio especial, é uma tecnologia assistiva, assim como a bengala, que também vale para os visuais. Mas é claro que existem outros objetos que auxiliam os especiais com dificuldades de se comunicar, por paralisias cerebrais, distrofias entre outros, a viverem uma vida mais normal. Um desses objetos são os óculos acionadores de sensores, que são usados para que os especiais com dificuldades severas de locomoção possam mexer no computador normal. O especial aciona o cursor do mouse com apenas um piscar de olhar, uma revolução fantástica.

Vocês sabiam que o Braille e a Libras, tão comum nos dias de hoje, são tecnologias assistivas de comunicação? As duas formas de comunicação são tecnologias assistivas importantíssimas. O Braille para os deficientes visuais e a Libras para os auditivos. Na parte dos deficientes auditivos, ainda temos o aparelho auditivo, muito usado desde a sua invenção.

Na parte para os deficientes visuais ou cegos, além do Braille, quem se destaca são os programas de computador que são usados para a leitura da tela (ou no caso o computador fala e o especial escuta e compreende). São inovações que facilitam a vida dos cegos e deficientes visuais.

A PUC Minas, através do Núcleo de Apoio a Inclusão, realiza oficinas de tecnologia assistivas e tem um site para a melhor divulgação destas tecnologias e um maior conhecimento da população para estas tecnologias. Além disto, a Universidade oferece o curso de Graduação tecnológica em Comunicação Assistiva. Um trabalho muito interessante e que ajuda na inclusão de especiais na vida normal. Outras universidades também realizam o mesmo trabalho na área de Tecnologia Assistiva.

O site que eu disse aí em cima é o PITANE (http://www.contagem.pucminas.br/pitane). Um portal que pode estar ajudando quem interessa nessa área.

8 de fev. de 2011

Para refletir

Bom, eu nunca tentei escrever uma historia, mas dessa vez vou tentar e será uma história de superação. Mera semelhança comigo é só uma coincidência, mas vale para refletir algumas coisas da vida. Espero que gostem e comentem:

O Mago especial

Era uma vez, um mago que se chamava Magical, ele vivia em uma floresta desconhecida e cheio de desafios. Magical era um mago que vivia sozinho em uma cabana com um cachorro chamado Fofura e tinha dificuldades para fazer suas magias, por isto se sentia triste e de mal com a vida.

A vida na floresta para o mago não era nada fácil, tinha de sair a caça de sua comida e nem sempre voltava com algo pra comer. Mas ele, mesmo triste, via no seu companheiro, algo para se destrair e ter alguém para compartilhar, mesmo sem falar, seus sentimentos e angústias.

Um belo dia, Magical, cansado da vida na floresta, já que ela estava morta e as arvores com aparência cinzenta, resolveu ir para a cidade grande. Na cidade, sem nenhum dinheiro, o mago passou a morar nas ruas sempre acompanhado por Fofura. Pobre e triste, Magical fora acordado por uma moça chamada Alone que perguntou de onde ele tinha vindo e o que ele sabia fazer.

O mago respondeu que estava ali por causa da morte da floresta e que era mago, uma profissão imaginária. A bela moça se interessou pela história de Magical e resolveu ajudá-lo com a cessão de um quarto em sua casa para que o mago e seu cachorro morassem até receber dinheiro para comprar uma casa.

Como Magical ganharia dinheiro na profissão? Alone, percebendo sua magia especial, deu força para que o mago ingressasse no mundo da magia, mas uma magia do bem, como a cura de doenças, era o mago do bem. Com isto, Magical sorriu para os outros e descobriu como é a vida que nos cerca. Se sentiu útil para consigo mesmo. Uma superação. Ele se tornou o mago especial, conseguiu perder o medo de realizar suas magias

E foi assim, até quando passou para a eternidade, lembrando que os magos passam para o mundo superior quando acabam seu ciclo de vida aqui neste mundo.

A moral da história vocês descobrem.

4 de fev. de 2011

O Apagão no Nordeste

Alguns estados do Nordeste foram surpreendidos na madrugada de hoje com um apagão elétrico. O blackout ocorreu do estado da Bahia até o Ceará e abre, novamente, a discussão sobre o sistema elétrico no Brasil.

Sobre o apagão de ontem, a falha, segundo os órgãos governamentais, aconteceu em uma estação localizada em Jatobá, interior de Pernambuco e afetou toda a região que tem a energia levada pela Companhia Elétrica do São Francisco (Chesf). O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, minimizou os impactos deste novo apagão dizendo que o sistema elétrico brasileiro está entre os melhores e mais moderno do mundo.

Depois desta declaração do Ministro vem a cabeça nossa uma pergunta em certo tom de ironia. Será mesmo que temos um dos mais modernos sistemas elétricos do mundo? Ou o ministro vive em outro país? Porque, volta e meia, o sistema elétrico brasileiro tem falhas como no apagão de 2009, onde deixou metade do país sem luz, e este de ontem. E isto, somado que a população paga muito pela energia. Isto é uma questão para refletirmos.

Uma coisa é certa nisto, vem a Copa do Mundo e a Olimpíada, dois eventos de porte mundial, e precisamos ter investimentos no setor elétrico para não termos apagões durante os eventos, o que encheria de vergonha o povo brasileiro e viraria chacota internacional.

1 de fev. de 2011

O aniversário

Dia primeiro de fevereiro, uma terça-feira calorenta na minha querida Belo Horizonte, é uma data muito especial na minha vida. Hoje completo mais um ano de vida, chego aos 23 anos de uma forma completamente diferente de como entrei nos 22 anos. Nesta data, faço uma reflexão de tudo que já passei.

Aniversário é uma data para os outros lembrarem da gente, receber o carinho e a atenção de familiares, amigos e conhecidos, mas, assim como o ano novo, é uma data, também, para fazermos uma reflexão da nossa vida, trazer lembranças do passado, fazer planos para o futuro. Enfim, uma parada para pensar em nossa vida.

Como disse anterior, muitas mudanças aconteceram (para melhor) em minha vida neste ano que passou e me fizeram ter mais noção da vida como ela é. Certamente, chego aos 23 anos de uma forma completamente diferente do que entrei nos 22 anos, mas espero continuar crescendo mais ainda na vida profissional e pessoal.

Agradeço, nesta data, a força e o carinho de todos que fizeram eu chegar ao que sou hoje. Amigos, família, profissionais que me cuidaram, pessoas que não tenho mais contato que passaram em minha vida de uma forma mais presente, conhecidos. Enfim, todos que passaram (e ainda passam) em minha vida. E principalmente, Deus, sem este, nós não seriamos nada.