O Brasil comemorou o
centenário de nascimento de um gênio, um dos maiores que já passaram por este
país. Estou falando de Vinicius de Moraes, que nasceu em 19/10/1913, no Rio de
Janeiro.
Rio de Janeiro que foi tão
exaltado pelas palavras de Vinicius de Moraes, um completo poeta, que fazia das
suas palavras suaves sons de opera, ou de Bossa Nova. Bossa Nova que teve em
Vinicius um dos seus principais ícones, ele cantava, mas muitas de suas
composições foram eternizadas pelos parceiros de época como Tom Jobim e João
Gilberto.
Vinicius era um artista
completo, escrevia, compunha, cantava, fazia filmes. Quem não se esquece de
“Garota de Ipanema”, canção que ganhou o mundo ao falar da mulher brasileira e
é de autoria dele e Tom Jobim.
Uma poesia de Vinicius...
Medo de amar
O céu está parado, não conta
nenhum segredo
A estrada está parada, não
leva a nenhum lugar
A areia do tempo escorre de
entre meus dedos
Ai que medo de amar!
O sol põe em relevo todas as
coisas que não pensam
Entre elas e eu, que imenso
abismo secular...
As pessoas passam, não ouvem
os gritos do meu silêncio
Ai que medo de amar!
Uma mulher me olha, em seu
olhar há tanto enlevo
Tanta promessa de amor, tanto
carinho para dar
Eu me ponho a soluçar por
dentro, meu rosto está seco
Ai que medo de amar!
Dão-me uma rosa, aspiro fundo
em seu recesso
E parto a cantar canções, sou
um patético jogral
Mas viver me dói tanto! e eu
hesito, estremeço...
Ai que medo de amar!
E assim me encontro: entro em
crepúsculo, entardeço
Sou como a última sombra se
estendendo sobre o mar
Ah, amor, meu tormento!...
como por ti padeço...
Ai que medo de amar!
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