Nesta segunda-feira, 31 de
março, uma data histórica e que mudou os rumos do país para sempre completou 50
anos. O golpe de 64 feito pelos militares e a elite brasileira, que instaurou
os piores anos da República e que
perdurou por longos 21 anos, 21 anos de
uma ditadura militar que trouxe marcas irreparáveis para a nossa cultura.
O Golpe começou a ser
costurado bem antes, mas se deu diante da ameaça do Presidente João Goulart, o
Jango, de se instaurar uma república comunista no Brasil (coisa que nunca fora
confirmada), o fato amedrontava a classe média brasileira e, é claro, os
Estados Unidos. Jango, de fato, era um presidente com jeito de comunista,
visitara as potências socialistas e comunistas, União Soviética e China,
pregava reformas socialistas e tinha a popularidade das classes mais baixas da
população.
Mas, ao assumir o poder, os
militares começaram a reprimir até quem ajudou a arquitetar o Golpe, caso de
Magalhães Pinto, então governador de Minas, que em 1965 teve seus direitos
cassados. A censurar a imprensa, reprimir toda e qualquer tipo de manifestação
cultural e intelectual. Artistas, hoje muito queridos do público, como Chico
Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, foram para o exílio em países na América
Latina e Europa, os que ficaram sofreram na clandestinidade.
Para se legitimar no poder
perante a população, os militares se valeram da propaganda política e até da
paixão do país que é o futebol. O
governo usou da conquista da Copa do Mundo em 70 para exaltar as qualidades do
país e esconder as torturas cometidas a
quem não era amigo do regime. O que
falar do “Milagre Econômico” ocorrido
nos anos 70 em que a nossa economia cresceu desordenadamente? Tudo isso fora
usado para legitimar o regime.
Tanto que quando essas coisas
diminuíram, os militares se viram obrigados a começar a distender o regime e
promover a abertura política. Mas os números econômicos foram uma herança
maldita deixada pelo regime que só foi ter fim com a criação do Plano Real, já
nos anos 90.
Mas quem saiu ganhando com o regime e, até hoje, colhe os frutos dessa ajuda ao regime é a Rede Globo. A emissora de Roberto Marinho começou no inicio do regime e se tornou a potencia que é hoje, aliada a fatores técnico-administrativos, graças ao Regime. Durante os anos do Regime, a Globo foi sempre uma aliada do governo, o que levou, rapidamente, a ser líder de audiência com números incríveis e jamais igualados por outras redes de Televisão.
É com tristeza e a certeza
que, mesmo se passando 50 anos, o Brasil lembra do fato que mudou a sua história para sempre. Se o Rumo
fosse outro, o Brasil estaria bem como está hoje? Isso nunca saberemos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário