Ser deficiente, ou especial, como
gosto de dizer implica várias coisas. Ainda mais no caso meu que sou de
Paralisia Cerebral. Bom, faço este texto baseado não só no que eu vivo, mas,
também, de outras pessoas que eu mantenho contato e o que eu tenho lido ultimamente.
O que é ser especial? Convido-os a viajar pelo mundo do especial.
Primeiramente, o especial é um
ser que requer muito cuidados, mas isso não significa que ele precisa ser
acomodado, temos nossos limites impostos pela deficiência, qualquer que seja,
física, visual, auditiva, mas podemos saber superar nossos limites, basta
mostrar para nós mesmo que as pessoas que nos circunda percebem que podemos ser
independentes.
Esta busca pela independência é
uma coisa recorrente no mundo do especial, mas o que é ser independente? Penso
que ser independente é mais que realizar as coisas sozinho, é ter uma cabeça
equilibrada, segura e amadurecida. Por conta do mundo preconceituoso em que
vivemos, o especial tende a se acanhar e não procurar essa independência,
principalmente quem tem paralisia cerebral, que, por muitas vezes, é confundido
com um deficiente mental, mas precisamos superar todas os preconceitos e sermos
independentes, para vivermos uma vida normal.
Ser especial é chamar a atenção
por onde passa, é ser querido por todos que conhecem eles a fundo, familiares,
amigos, relacionamentos amorosos. Ser especial, principalmente, quem tem
paralisia cerebral, é ter direito a amar e ser amado, é aceitar e,
principalmente, ser aceito do jeito que ele é, com todos defeitos, limitações e
qualidades que temos, é saber compreender o que tem de bom e ruim no mundo,
pessoas que amam o especial de verdade ou pessoas que se aproveitam do especial
para tirar proveito em alguma situação.
Ser especial é ser doce,
sensível, mas sem deixar se levar pelo lado bobo da vida, muitas vezes, o
especial é visto como uma pessoa que é meio relapsa as coisas, mais uma coisa
que a sociedade nos impõe e cabe a nós saber superar e mostrar que somos
capazes de entender e participar dos rumos da vida do país, da família. Isto
também cabe as pessoas quererem aceitar, abrir a mente.
Este lado sensível e doce do
especial, também é um lado amoroso e carinhoso, atencioso, que sabe ajudar os
amigos com palavras, gestos, procura entender o que o outro está passando. Por
conta de toda a dificuldade, a pessoa com deficiência adquire uma sensibilidade
maior do que os “normais”.
Ser especial é ser determinado em
querer superar, a garra que estas pessoas em querer viver, em querer mudar a si
mesmo, mesmo que a cabeça e ouros fatores nos fraquejam e nos deixam para
baixo, é algo que deve ser valorizado por todos. Ser especial é ser cidadão que
tem direitos e deveres, que reclama dos governantes e dos prestadores de
serviços que não dão condições dignas a nós para nos locomovermos e ser pessoas
humanas dignas.
Finalmente, ser especial é ser
normal, é a chance de dizermos ao mundo que estamos aí e merecemos viver uma
vida normal, como qualquer ser humano, não se tratar como coitadinho, é ter
direito a frequentar bares, praias, teatros, cinemas como qualquer pessoa, é
estudar, trabalhar, namorar, ter amigos, viajar.
ESPECIAL, MOSTRE AO MUNDO QUE
VOCÊ É CAPAZ E MUNDO, CONVIDO-O PARA ACOLHER UM ESPECIAL E CONHECER COMO ELE
É!!!!